O encaminhamento de registro do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), para um novo processo de Indicação Geográfica (IG), na Serra Catarinense, consolida o reconhecimento a mais um produto único na cultura alimentícia de um território. O Frescal de São Joaquim será o primeiro produto cárneo a receber a certificação.
Trata-se de uma iguaria da culinária serrana, atestada pelo trabalho da família Zandonadi, pioneira na produção do frescal, e que legitima toda a história. Desde 1968 tem passado a receita de pai para filho. A Indicação Geográfica (IG) irá coroar o esforço e a dedicação de muitos anos, também de outras famílias, que mantêm as mesmas características. Assim que conquistada, a IG irá permitir o desenvolvimento do produto, abrindo novas perspectivas de riqueza e renda. Todos da cadeia produtiva ganham. Porém, será o consumidor quem terá acesso a um produto de origem serrana, de extrema qualidade, e muito saboroso.
A carne tem um gosto característico que lhe confere um sabor único
O Frescal utiliza como matéria-prima a carne bovina salgada e dessecada, oriunda de fornecedores locais; de criadores de animais a pasto, e por isso, a carne tem um gosto característico que lhe confere um sabor único. E saber que o produto está muito próximo de se juntar a outros já certificados, como o Mel de Melato da Bracatinga, Queijo Serrano, Maçã Fuji, e Vinhos de Altitude, a região já se prepara para apresentar a nova conquista para todo o território brasileiro. O estágio do processo de construção da IG está na fase de conclusão do chamado caderno de especificação técnica, que vai nortear a lista dos produtos que irão poder utilizar o nome “Frescal de São Joaquim”.
Falta pouco para a conclusão do processo
A perspectiva é de que até o final do 1º semestre a documentação esteja pronta para ser entregue ao INPI para análise e deferimento do Selo de Indicação Geográfica (IG). É o que acredita o presidente do Sindicato Rural de São Joaquim, Marcos Pagani. Por sua vez, o empresário Fábio Tashima, um dos grandes entusiastas do processo da IG do Frescal de São Joaquim, aposta no comportamento positivo do mercado, após o registro. “Espero que o produto, com o reconhecimento, possa realmente agregar valor e se tornar mais um grande atrativo ao turismo regional” afirma Tashima.
Ao reforçar a importância do processo, o gerente regional da Sebrae Serra, Altenir Agostini, reforça que o Sebrae, entidades parceiras e produtores da região estão atuando em conjunto na construção da quinta Indicação Geográfica da Serra. “O Frescal possui uma característica diferenciada na Serra e irá se juntar aos quatro produtos com Indicação Geográfica, o que cria enorme fator de agregação para o território”, aponta.
Frescal de São Joaquim, uma iguaria da culinária serrana
O Frescal de São Joaquim já é considerado uma marca. Expressa a tradição e qualidade do produto numa receita tradicional, já utilizada por outros produtores e marcas. A Indicação geográfica acontece quando um produto é reconhecido por determinada característica, reputação, qualidade essencialmente vinculada a sua área geográfica de origem. Em suma, o Frescal é um produto que considera a produção por fatores naturais, ou seja, o pasto + bovino, dos Campos de Cima da Serra. Uma cultura de aproximadamente 200 anos de atividade.
Por Paulo Chagas
Fotos: Fábio Tashima